Técnico

O framework nosso de cada dia

O ciclo sem fim

Se você é um desenvolvedor de web apps, já deve ter dito ou ouvido “Putz, mais porque outro??”, “Mais do mesmo??”, ou então, “Eu não aguento mais estudar” quando o assunto se trata de frameworks de javascript.

Provavelmente dentro de cada empresa de desenvolvimento que utiliza javascript, terá alguém hoje que vai dizer coisas deste tipo, ou pelo menos pensar isso, ainda que não diga. Eu mesmo, confesso ter pensado isso várias vezes.

Você ouve dizer que um determinado framework é bom, então decide estuda-lo, estuda, estuda, coloca esse framework no seu trabalho do dia-a-dia, e quando começa a se sentir seguro com ele, um novo framework surge, com promessa de ser ainda melhor, e então você  que é uma pessoa preocupada com a qualidade do seu trabalho, começa o mesmo ciclo de aprendizagem novamente. Mesmo sabendo que amanhã poderá surgirem frameworks ainda melhores 1,2. É comum que isso nos faça sentir-se frustrados, pois todos nós temos o desejo interno de se tornar mestre e dominar aquilo que fazemos, é uma motivação interna em busca da nossa satisfação. Porém não seja tão duro consigo mesmo quando isso acontecer, aprenda a evoluir junto, e descubra que o framework não é o mais importante.

A comunidade web é fantástica, a cada dia mais e mais pessoas contribuem para projetos open-source, projetos se tornam populares e evoluem do dia pra noite, sem nos dar chance alguma de acompanhar  ( especialmente projetos javascript, a linguagem predominante na maior plataforma de projetos open-source do mundo ), este envolvimento crescente de pessoas em projetos open-source é fantastico, pois eleva o nível de conhecimento da comunidade de um modo geral, uma vez que para se tornar colaborador você precisa seguir rigorosos controles de qualidade e uma série de boas práticas que em minha opnião deveriam ser um baseline, mais que em projetos particulares são muitas vezes esquecidos. Se você nunca se envolveu com algum projeto, sugiro que pense a respeito.

Durante um bom tempo fui desenvolvedor Adobe Flex e sofri muito com a falta de novas ferramentas e melhorias, hoje vejo como é importante a comunidade estar ativa, contribuindo, e ditando o caminho para as coisas no futuro. AngularJS por exemplo é conhecido por extender o vocabulário HTML, adicionar comportamentos dinâmicos para o markup, e possibilitando os desenvolvedores pensarem nas aplicações em forma de componentes distintos e independentes, e então algum tempo depois a especificação HTML5 traz algo chamado ShadowDom, que é um avanço apontando para o mesmo problema e influenciado pelo mesmo pensamento dos criadores do AngularJS e outros semelhantes. Outro exemplo um pouco mais abrangente é o conceito de injeção de dependência, popularizado com o framework Spring do java e hoje presente em praticamente tudo que fazemos.

Muitos outros exemplos de avanços poderiam ser citados, nós desenvolvedores trabalhamos em um meio extremamente inconstante e em evolução.

Zen Mode

Precisamos lembrar de que estes frameworks são ferramentas complementares que nós dispomos, e que devem auxiliar para que possamos atingir o objetivo principal, que é o software sendo desenvolvido. O que quero dizer com isso, é que o framework é somente o meio pelo qual vamos chegar ao objetivo final, pensando deste modo, não é uma obrigação que tenhamos que aprender sempre os mais modernos frameworks, uma vez que um determinado framework esta sendo efetivo no desenvolvimento, eu quero dizer, se com ele eu estou conseguindo atingir o objetivo final.

O surgimento de novos frameworks é uma coisa natural, saudável e extremamente importante para que o modo de fazer aplicações web evolua dia após dia, podemos pensar sim que o Beckbone de ontem é o AngularJS e o talvez o Flight  de amanhã.

 

 

4 Comments

  • Thiago, parabéns pelo Post.

    Duas frases me chamaram a atenção: “descubra que o framework não é o mais importante” e “o framework é somente o meio pelo qual vamos chegar ao objetivo final”. É isso mesmo. As vezes as pessoas se prendem em alguma tecnologia e tecnologia é o meio e não o fim.

    No mundo que vivemos hoje, seja em desenvolvimento ou em qualquer outra atividade, a evolução é parte da sobrevivência e de quem ama o que faz. Temos sempre que evoluir em todos os aspectos de nossa vida seja no trabalho e principalmente como como seres humanos.

    Grande abraço.

  • Murilo Alencar disse:

    Excelente post Thiago!
    A melhor mensagem é que precisamos estar abertos para aprender mais a cada dia.

  • Beck Novaes disse:

    Concordo 100%. Eu tenho a impressão que tem muita gente alienada trabalhando com TI. Os caras se esquecem que o motivo maior não é o meio, como o Rafael disse. Certa vez falei disso no meu blog. Para quê você faz software? http://www.becklog.org/2011/11/09/para-que-voce-faz-software/

  • Bruno Queiroz disse:

    Excelente post Felix!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Compartilhe isso: