O Design Thinking tá na moda (1, 2, 3). E como outras tendências o mercado faz uma peneira: o que vaza é o que fica. Do Agile ficaram as entregas rápidas. Do Scrum ficou o Kanban. Do Design Thinking, creio, deve ficar a colaboração! Algo muito bem vindo num mundo que vem tentando, há anos, reverter o espirito competitivo e individualista dentro das organizações. Daí o renascimento de assuntos como a Facilitação, algo que existe há muito tempo e que parece ganhar nova força com o interesse do mercado por esta experiência nova, multidisciplinar, que todos querem participar.
Design Thinking não é novo. A maneira como os Designers pensam também não. Porém, não me parece que o método está ensinando as pessoas a pensarem como nós. Mas isso não é problema! Afinal de contas, todo mundo que cria algo é Designer de certa forma. São pessoas que conhecem a prática sem conhecer a teoria.
Hoje já se fala em Design de Processo, Design de Serviço, o Design de Negócios, etc. Porém, mesmo antes destas coisas terem um nome, muitas pessoas já faziam isto, não é mesmo? Será que elas se consideravam Designers? Provavelmente não! E o que dizer do dia-a-dia, onde fazemos o Design do email para um cliente, o Design do PPT para uma apresentação, o Design da planilha de resultados, etc. Pois é, o mundo é Designer! Como bem disse Steve Jobs:
Quando você olha ao seu redor e se dá conta que tudo que chama de vida foi feito por pessoas não mais inteligentes que você. E você pode mudar. E você pode criar sua próprias coisas. Uma vez que você aprende isso, você nunca mais será o mesmo – Steve Jobs
Pensar como Designer é se basear no objetivo acima de tudo. Importante frisar, porém, que isso inclui entender corretamente o objetivo. Ser Designer é pesquisar, conhecer as restrições do problema, adaptar, ajustar e escolher o caminho mais adequado. É conhecer os prós e, acima de tudo, os contras das nossas próprias idéias. É saber que não existe bom ou ruim, mas sim o que nos aproxima ou nos afasta do objetivo. E se você faz isso no seu código, no seu projeto, no seu processo, na sua vida, acredite: você pensa como Designer, embora não conheça algumas técnicas que pode torná-lo melhor ainda.
As ciências naturais estão preocupadas em como as coisas são. O Design, por outro lado, esta preocupado em como as coisas devem ser – Herbert A. Simon
Como papel nas organizações os Designers viveram anos reclusos em suas baias, coletando informações do mundo exterior pelo periscópio da observação (empatia), abrindo e fechando o leque de opções da sua mente solitária e repetindo o processo (ideação) até que sua síntese era apresentada para finalmente… voltar a estaca zero num debate subjetivo (sempre faltava o protótipo)! E de tanto apanhar do subjetivo, nós Designers, contra-acatamos com o Design Thinking, que está cumprindo muito bem suas funções. Uma delas é tornar evidente como pensamos e assim mostrar para o mundo que não estamos aqui para deixá-lo mais enfeitado, mas sim para deixá-lo melhor. Designers, podem comemorar que a nossa hora chegou!