Recentemente tenho postado sobre a Guideline do iOS, é conhecido o fato de que a Apple se preocupa bastante com a parte psicológica da Experiência do Usuário. Interessante é ver que depois do grande sucesso conseguido pela mesma através do iOS (iPhone e iPad), muitos dos seus concorrentes começaram a dar mais importância ao termo UX. Não que, a Microsoft já não conhecesse o termo, bem como o Google, mas, a Apple realmente conseguiu conquistar um grande público através do Design Intuitivo.
E falar de Design Intuitivo pode ser um pouco perigoso, devido a forma como as pessoas interpretam a palavra intuição. Vamos então entender intuição aqui como o repertório natural das pessoas sobre o mundo que elas conhecem. Daí o motivo que a Apple tem em fazer uso de algumas metáforas como metal para ilustrar a User Interface, ou chacoalhar o devide para representar uma ação etc. Sem exageros é claro.
Recentemente fui fazer algumas pesquisas sobre essa parte mais voltada a psicologia, amo o estudo do comportamento humano e isso tem me beneficiado muito na área do Design voltado a User Interface. E me deparei com um post na UX Magazine de uma UX Designer que é formada em psicologia. Não vou ser fiel ao post dela, se quiser, leia-o, apenas vou ressaltar alguns pontos que achei válidos ao estudo da área.
Ela cita algumas premissas, muito bem conhecidas, mas vale a pena retomar a idéia.
As pessoas não querem trabalhar ou pensar mais do que já fazem normalmente
- As pessoas vão fazer a menor quantidade de trabalho possível para que uma tarefa seja executada.
- Em vez de simplesmente descrever as coisas, mostre a elas um exemplo.
- Forneça apenas os recursos que as pessoas realmente precisam, mas para isso não confie exclusivamente no que você acha sobre isso, faça pesquisas coerentes.
- Forneça padrões, bom, é fato, padrões ajudam a entender melhor uma user interface, e ajuda evidentemente a reduzir o esforço e o trabalho para se atingir as ações.
Assuma o fato de que as pessoas possuem limitações
- É difícil que você passe muitas informações em texto para o seu usuário sem que ele perca o interesse, em vez disso, se baseie no fato de que ele não vai ler e passe a valorizar pequenos textos e que transmitam unicamente a informação necessária.
- No geral os usuários não são multi-tarefas, poucas pessoas são assim, portanto não assuma isso como verdadeiro só porque você talvez seja desse jeito, existe um estudo a esse respeito. Não confunda multi-tarefa com indivíduos que fazem diversas coisas ao mesmo tempo pela dispersão, como já comentei em outro post sobre a Usabilidade Mobile, onde indivíduos mexem no seu celular ao mesmo tempo que assistem TV, certamente ambas tarefas não se misturam, o foco é dispersado, daí a necessidade de entender tais limitações e valorizar texto e conteúdo de qualidade e resumido.
- Usuários preferem textos com linhas curtas, ou seja, colunas menores, sabemos disso a tempos na parte de Arquitetura de Informação, e vemos que poucos utilizam tais recursos, mas se necessita realmente passar muito conteúdo utilize duas colunas ao invés de uma coluna com linha longa, isso irá gerar maior conforto ao seu usuário para a leitura, consequentemente ele conseguirá ler uma quantidade maior de informação.
Usuários cometem erros
- Assuma o fato de que seus usuários vão cometer erros, tente antecipá-los e com isso impedi-los. Para tal fim é necessário que se faça testes com usuários reais.
- Facilite sempre que puder a ação de desfazer, muitos usuários erram uma ação e se arrependem.
- Prevenir que aconteçam os erros é melhor do que tentar ajudar o usuário a corrigi-los, então assuma isso e se esforce muito mais nessa parte, afinal melhor do que uma boa mensagem de erro e não ter uma mensagem de erro.
- Se uma tarefa é grande e por conta disso propensa a erros, particione ela em pequenos pedaços, e com isso utilize do recurso Wizard, levando o usuário pelas “mãos”, conduzindo-o ao término correto da tarefa.
- Se um usuário cometeu um erro e o desfez, tente educá-lo, para isso mostre a ele o que de fato ocorreu.
A memória humana é complicada
- A memória está sempre se reconstruindo, isso significa que está sempre mudando. Não confie demais no que dizem os usuários, em vez disso é muito melhor observá-los utilizando a sua app.
- A memória falha, e se degrada rapidamente, estamos falando da memória volátil, aquela do qual guardamos uma informação para depois eliminá-la, portanto, quando um usuário entra em um website, app etc, ele assume essa memória, não vai guardar as informações por muito tempo, assim sendo não tente fazer com que um usuário guarde uma informação de uma página para a outra para poder executar uma ação.
As pessoas são na sua natureza, sociais
- Os usuários sempre farão uso da tecnologia com o fim social, sempre tentarão esperar que possam utilizar tais recursos.
- Usuários no geral esperam a opinião dos outros, isso se chama validação social, é fato, muito comum e visto em diversos websites, quando se tem comentários por exemplo no Facebook, geralmente os demais comentários seguem a mesma linha de raciocínio do primeiro, raramente alguém se opõe porque todos esperam ser aceitos socialmente.
- Regra da reciprocidade, sempre que alguém faz algo de bom, recebe algo de bom, é normal as pessoas transferirem isso ao mundo virtual, portanto em vez de dizer “preencha o formulário e ganhará um brinde”, dê o brinde antes, ou algo do gênero e então espere que ele preencha o formulário, você terá muito mais sucesso porque naturalmente as pessoas se sentem obrigadas a retribuir a gentileza.
Continuação – Psicologia do UX Design – 2
_________________________________________
Eduardo Horvath é UX Specialist e Designer na redspark.
Formado pela Faculdade Impacta de Tecnologia no curso Design de Mídia Digital ele atua na área de Design há mais de 15 anos.
@eduardohorvath
este artigo me faz lembrar o livro “nao me faça pensar” que fala sobre a questao de usabilidade e intutividade que um site deve ter se quiser obter sucesso. A busca pela facilidade e inerente a natureza humana mas vem se acentuando nos ultimos anos
[…] também psicóloga Susan Wheinschenk percebeu e postou lá. Podem ler a versão original ou a que o Eduardo Horvath postou em português no site da D-Click. Não perca o infográfico criado sobre esse post também, clicando […]